Um projeto da Câmara Municipal de Lisboa, que prevê o abate e a replantação de jacarandás, tem dado que falar nos últimos dias. Existe, inclusive, uma petição com mais de cinquenta mil assinaturas que pretende travar este projeto, o qual visa a criação de centenas de lugares de estacionamento na cidade.
Apesar do alargamento dos passeios e da plantação de árvores no local da intervenção, será esta a melhor opção para promover a mobilidade sustentável?
O presidente Carlos Moedas e a atual Câmara referem que estas intervenções fazem parte de um contrato assinado pelo anterior executivo com a Fidelidade Property, que inclui também as obras no antigo espaço da Feira Popular, onde será construído um parque de estacionamento subterrâneo.
Em contraste, em Paris, prevê-se o encerramento de mais de 500 ruas ao trânsito, somando-se a outras já encerradas, e a eliminação de cerca de 10% dos lugares de estacionamento — o equivalente a 60 mil lugares — com projeções que apontam para uma redução até 60%. Os veículos ocupam atualmente 95% do espaço público da cidade.
Para concluir, embora muitos dos projetos da Câmara e do Governo recebam prémios de sustentabilidade e promovam alguma mobilidade sustentável, continua a apostar-se na criação de mais estacionamentos e estradas, o que torna cidades como Lisboa cada vez mais insuportáveis em vários aspetos.
Autor: Mário Farinha
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